Xenófanes nasceu na cidade de Colofão, na Jônia, em torno de 570 a.C. Foi contemporâneo de Anaximandro, respirou os ares dos filósofos naturalistas da região e, sobretudo, seu pendor pela agonística em torno dos princípios. Com a invasão dos Persas, fugido ou banido, migrou em direção ao ocidente por volta de 545, passando por várias cidades gregas, pela Sicília, pelo sul da Itália, sempre realizando sua atividade de rapsodo. Como rapsodo, interpretava certamente Homero, Hesíodo e também poemas de própria autoria. Pelas suas considerações críticas à épica arcaica se pode imaginar que suas interpretações não fossem somente récitas inspiradas desprovidas de reflexão, tal como Platão caricaturou a atividade dos rapsodos no diálogo
Íon
. Esteve presente na fundação de Eleia em 540 e muito provavelmente ali manteve intensa atividade intelectual e letiva. Encontrou-se certamente com o jovem Parmênides, mas as notícias de que foi o fundador da Escola Eleata decerto decorrem do desejo de transformar algumas afinidades de prática e doutrina em grandes encontros históricos. De toda forma, a recepção do poeta põe na conta de sua nova teologia, crítica do antropomorfismo de Homero e Hesíodo, a ideia e teoria do Uno, assumida de diversas maneiras pelos filósofos que atuaram em Eleia. Além dos poemas de que nos sobraram fragmentos, também se tem notícia de que escreveu outros poemas épicos, como a
Fundação de Colofão
e a
Fundação de Eleia. Xenófanes viveu mais de noventa anos, conforme seus próprios versos autobiográficos.
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