A VIDA DE XENÓFANES - Filósofo, poeta, sábio e pensador religioso. Assim era Xenófanes de Cólofon, tema da palestra do Professor Fernando Santoro no "Simpósio Ousia 2015", que vai acontecer nos dias 26 e 27 de outubro, na Sala Celso Lemos, no IFCS. Já que o tema do simpósio é "A Filosofia e os gêneros discursivos", o professor Santoro escolheu Xenófanes para falar, entre outras coisas, da sua ideia de religião. Xenófanes dizia que o ser absoluto, essência de todas as coisas era o Um. E de acordo com Teofrasto uma das fórmulas contidas no pensamento de Xenófanes é: "Tudo é o Um e o Um é o Deus".
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Sobre a vida de Xenófanes o Professor Fernando Santoro escreveu:
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Xenófanes nasceu na cidade de Colofão, na Jônia, em
torno de 570 a.C. Foi contemporâneo de Anaximandro, respirou os ares dos filósofos naturalistas da região e, sobretudo,
seu pendor pela agonística em torno dos princípios. Com a
invasão dos Persas, fugido ou banido, migrou em direção ao
ocidente por volta de 545, passando por várias cidades gregas,
pela Sicília, pelo sul da Itália, sempre realizando sua atividade
de rapsodo. Como rapsodo, interpretava certamente Homero, Hesíodo e também poemas de própria autoria. Pelas suas
considerações críticas à épica arcaica se pode imaginar que
suas interpretações não fossem somente récitas inspiradas
desprovidas de reflexão, tal como Platão caricaturou a atividade dos rapsodos no diálogo Íon. Esteve presente na fundação
de Eleia em 540 e muito provavelmente ali manteve intensa
atividade intelectual e letiva. Encontrou-se certamente com o
jovem Parmênides, mas as notícias de que foi o fundador da
Escola Eleata decerto decorrem do desejo de transformar algumas afinidades de prática e doutrina em grandes encontros
históricos. De toda forma, a recepção do poeta põe na conta
de sua nova teologia, crítica do antropomorfismo de Homero
e Hesíodo, a ideia e teoria do Uno, assumida de diversas maneiras pelos filósofos que atuaram em Eleia. Além dos poemas de que nos sobraram fragmentos, também se tem notícia
de que escreveu outros poemas épicos, como a Fundação de
Colofão e a Fundação de Eleia. Xenófanes viveu mais de noventa
anos, conforme seus próprios versos autobiográficos.
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