segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O CARNAVAL DE XENÓFANES (Fernando Santoro)



Com algumas obras de juventude, como A Origem da Tragédia (1872) e A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos (1873), Nietzsche abriu os olhos da filosofia para uma experiência de sabedoria que ele mesmo denominaria de ‘Dionisíaca’. A sua visada era sem sombra de dúvida inspirada na poesia dramática, não apenas a tragédia mas também a comédia antiga. Com a visada artística e moral da tragédia clássica, ele ganhava pesos para avaliar a existência e medir as ideias dos próprios filósofos, assim como nas Rãs, Aristófanes põe Dioniso a comparar o peso artístico de Eurípides e de Ésquilo para saber quem merece o trono da dramaturgia. Todavia, com um olhar ainda bastante influenciado pela filologia e filosofia do seu tempo, Nietzsche esquematiza na sua análise da constituição da tragédia uma dicotomia entre dois polos em tensão: o dionisíaco e o apolíneo; mesmo que, para ele, se inverta a valoração tradicional da história das ciências e a racionalidade apolínea não seja vista como o ápice da civilização grega, mas sim o sintoma da sua decadência. Para Nietzsche, as filosofias de Sócrates e Platão são a expressão de um declínio da força e do caráter grego, os quais eram nítidos e pujantes em pensadores como Anaximandro, Heráclito e Empédocles. Ele avalia a cultura e a civilização do mesmo modo que Aristófanes, para quem o arcaico Ésquilo vence em arte um Eurípides mais dialético e racional. Giorgio Colli, na Origem da Filosofia (1975), levou adiante o projeto Nietzschiano de desconstrução dos ideais ascéticos da ciência e da filosofia, ao mesmo tempo em que o criticava no detalhe, mostrando o quanto a dimensão delirante da sabedoria não era prerrogativa exclusiva de Dioniso e sua corte de sábios e poetas, mas também vigorava nas artes luzentes de Apolo, como na vidência e revelação em transe dos mensageiros oraculares. Heráclito e Sócrates não se opõem para Colli, mas são dois modelos de filósofos apolíneos por excelência, portadores de uma racionalidade não apenas lúcida mas também ambígua, enigmática e paradoxal. 
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O final do Séc. XX foi muito receptivo à ideia de uma sabedoria mais profunda, para a qual a racionalidade e seus valores maiores como a identidade, a não-contradição, a universalidade, a substancialidade, a causalidade encontrariam não somente seus limites mas também sua superação, desconstrução e mesmo destruição. Todavia, a expressão desta sabedoria mais profunda sempre pareceu a reboque da mesma racionalidade que ela negava: o dionisíaco se reconhecendo pelo não racional, pelo não identitário, pelo não substancial, pelo não universal. Parece reconhecer-se sempre negativamente, como a fronteira e o limite da própria filosofia e das ciências positivas. Todavia, a presença de Dioniso e uma sabedoria em seu em torno é notoriamente anterior, e para Nietzsche, mais pujante, senão este não teria identificado como um momento histórico de decadência o que seria a reação ou o esvaziamento desta sabedoria. Em sendo historicamente anterior, é preocupante que nos limitemos quase sempre a compreendê-la não a partir dela mesma, mas a partir do que a sucede e a oblitera, como diz Nietzsche, ou seja, a partir de dicotomias metafísicas, tais como a oposição racional x irracional. Tendemos a ver assim as expressões dionisíacas como limite e negação da racionalidade metafísica e não como o fundo e o terreno mesmo aonde esta vem a Esta limitação do nosso olhar não é uma imposição histórica incontornável. Não estamos condenados ao passado do passado. O passado também abre futuros, e o futuro do passado, talvez passe por reapropriações e releituras do que sempre esteve aí presente, à nossa disposição. Não se deve negar, no caso que ora nos interessa, o fato de que há efetivamente na literatura antiga referências ao que podemos considerar como uma sabedoria dionisíaca, sem que esta sabedoria se apresente apenas como negação de lucidez e racionalidade. Há referências a partir das quais acreditamos que é possível uma caracterização efetivamente positiva e não apenas feita a partir das sombras ou dos contornos da racionalidade metafísica que constituiu o mundo das ciências e das técnicas ocidentais. Sombras e limites que a crise contemporânea dos valores realmente é bem mais capaz de promover, e que não se configuram criativamente pujantes como teria sido aquela sabedoria capaz de engendrar uma expressão sapiencial e artística, de teor ao mesmo tempo sagrado e político envolvendo avassaladoramente toda a comunidade, como foi a tragédia clássica encenada nos festivais dionisíacos. 
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A história da civilização não tem necessariamente o curso linear dos romances e dos manuais, e forças recalcadas da experiência do saber, forças originárias de pensamento, às vezes, podem aparecer onde menos se espera. Vamos explorar uma tal perspectiva, buscando em um fenômeno explicitamente dionisíaco um modo original de saber e pensar, que assim também chamaremos de ‘pensar dionisíaco’. Este fenômeno dionisíaco por excelência é o carnaval. Como nasci carioca, o carnaval para mim é coisa muito séria, e vivida com intensidade não apenas nos quatro dias do calendário oficial, mas na experiência cotidiana do ciclo e da renovação, o ano inteiro de Dioniso. Mas não será o carnaval carioca, meu ponto de partida. O ponto de partida desta especulação é um texto de um poeta e filósofo grego do século sexto antes de Cristo: Xenófanes de Colofão. A história da filosofia tradicional, influenciada pelo comentário de Platão que o classificou junto aos Eleatas1, considera Xenófanes um precursor do monoteísmo no ocidente. Eu não o vejo assim, tanto por razões de ordem histórica quanto pelo que considero mais importante: a própria análise filológica e filosófica dos textos. Sem dúvida, boa parte do que nos foi transmitido desse rapsodo, ao mesmo tempo sábio e poeta, são críticas ao modo como os homens entendem e cultuam os deuses. Mas de crítico da religiosidade mundana a refutador do paganismo, como querem os apologetas cristãos, a distância é grande. A Xenófanes se junta Heráclito, e outros sábios do sexto século, na condenação do antropomorfismo, e ambos citam explicitamente Homero como alvo de suas críticas. Heráclito de Éfeso quer escurraçar estes poetas: Este Homero devia ser expulso dos concursos e bastonado, este Arquíloco também Xenófanes de Colofão não modera os impropérios: Homero e Hesíodo atribuíram aos deuses tudo  quanto entre os homens é vergonhoso e censurável, roubos, adultérios e mentiras recíprocas. Mas a crítica ao antropomorfismo não os faz menos pagãos e menos devotos de certos deuses do panteão tradicional grego, como Apolo e Dioniso, entre outros, que são referidos normalmente de modo indireto e ambíguo, como no fragmento 17 de Xenófanes, em que não se sabe o fim da referência descritiva, se ela comporta ou não uma crítica, nem o seu teor:
 ἑστᾶσιν δ᾿ ἐλάτης <βάκχοι>4 πυκινὸν περὶ δῶμα. 
 Fincam  de pinho em torno da casa firme. 
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 De toda forma, Xenófanes refere-se aos deuses no plural, como no fragmento 18: 
 οὔτοι ἀπ᾿ ἀρχῆς πάντα θεοὶ θνητοῖσ᾿ ὑπέδειξαν6, ἀλλὰ χρόνωι ζητοῦντες ἐφευρίσκουσιν ἄμεινον. 
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Os deuses de início não mostram tudo aos mortais, mas os que investigam, com o tempo, descobrem o melhor. E mesmo quando vai falar de um deus que se sobrepõe a tudo, este deus está também acima de outros deuses, de modo que não é único: Um único deus, entre deuses e homens o maior, em nada semelhante aos mortais nem no corpo nem no pensamento.7 De toda forma, o dionisismo que queremos evocar em Xenófanes não é religioso, mas diz respeito a um modo de pensar. Este modo está exemplarmente posto no fragmento 15, que vamos agora ler e em seguida analisar :  
ὑπέδειξαν Flor. 29, 41 : παρέδειξαν Ecl. I,8,2 1 ἀλλ᾿ εἰ χεῖρας ἔχον βόες <ἵπποι τ᾿>8 ἠὲ λέοντες ἢ γράψαι χείρεσσι καὶ ἔργα τελεῖν ἅπερ ἄνδρες, ἵπποι μέν θ᾿ ἵπποισι βόες δέ τε βουσὶν ὁμοίας καί <κε>9 θεῶν ἰδέας ἔγραφον καὶ σώματ᾿ ἐποίουν 5 τοιαῦθ᾿ οἷόν περ καὐτοὶ δέμας εἶχον <ἕκαστοι>10. 
Clemente de Alexandria, Miscelâneas V, 109, 3 (seq. B 14)  
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Mas se tivessem mãos os bois, 11 e os leões, quando pintassem com as mãos e compusessem obras como os homens, cavalos como cavalos, bois semelhantes aos bois pintariam a forma dos deuses e fariam corpos 5 tais como fosse o próprio aspecto 12. A crítica ao antropomorfismo dos deuses é clara. Todavia, mesmo se, tal como acontece na República de Platão, Xenófanes critica Homero e Hesíodo porque estes retratam os deuses realizando atos indignos da divindade, esta crítica não se faz ao modo de uma demonstração como faz Sócrates, que argumenta que como os Deuses devem ser sumamente felizes e bons, tais retratos ignominiosos só podem ser falsos. Xenófanes não chega a professar nenhum tipo de conhecimento dos deuses, conhecimento que ele mesmo suspende, no fragmento 34: E ao certo nenhum homem sabe coisa alguma nem há de saber algo sobre os deuses nem sobre o todo de que falo; pois se, na melhor das hipóteses, ocorresse-lhe dizer algo perfeito, ele mesmo, no entanto, não saberia; opinião é o que se cria sobre tudo. 10 <ἕκαστοι> add. Herwerden 13 «περὶ πάντων» : “acerca de tudo” ou “acerca de todas as coisas” pode ter um sentido distributivo: “cada uma das coisas de que eu falo” ou integrante: “o que eu falo sobre a totalidade do universo”. As duas acepções são possíveis e Xenófanes parece usar ambas. A crítica de Xenófanes ao antropomorfismo não é uma crítica ao falso conceito dos deuses, mas endereça-se ao homem e seu mau hábito de ver o mesmo em tudo, de não se abrir ao conhecimento, à experiência da alteridade, sobretudo à alteridade radical que os deuses representam em relação aos próprios homens. Mas para falar do homem e do seu modo de ver o outro, Xenófanes não fala do que o homem é ou não é, sua essência e seus predicados. Muito menos vai Xenófanes falar do que não sabe, isto é, de como são os deuses ou como devem ser. O pensador não tem um discurso categorial sobre determinado sujeito ou sobre determinado objeto de conhecimento. Xenófanes, por outra via não menos racional e reflexiva, nos põe diante de uma cena absurda : leões pintando leões, cavalos cantando hinos a cavalos, bois adorando estátuas de bois. Absurda e cômica cena em que os animais imitam o modo de ser dos homens quando estes retratam os deuses como a si mesmos. O esquema retórico está todo fundado na relação mimética. Mímese que acontece em dois níveis : primeiro e explícito, o modo como cada bicho ou cada espécie representa seus deuses como eles mesmos; segundo e implícito nível, quem se imita a si mesmo ao representar o sagrado somos nós os homens. Resulta que o absurdo e rídiculo das imagens dos bichos faz com que reparemos naquilo que fazemos sem pensar, e que no fim das contas não é menos ridículo e absurdo. Homens que pintam figuras de homens e mulheres, ou que esculpem figuras de mulheres e homens, e que fazem hinos e preces como se se dirigissem a outros homens ou mulheres, mas que por serem considerados imortais e mais poderosos chamam de deuses e deusas. 
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Esse esquema revelador da ignorância e estupidez dos homens é recorrente na poesia e sabedoria satírica de Xenófanes, tal como aparece também no Os etíopes são negros de nariz chato os trácios de olhos verdes e ruivos.14 E aparece também em um dos fragmentos conservados do comediógrafo Epicarmo: θαυμαστὸν οὐδὲν ἁμὲ ταῦθ' οὕτω λέγειν καὶ ἁνδάνειν αὐτοῖσιν αὐτοὺς καὶ δοκεῖν καλὼς πεφύκειν· καὶ γὰρ ἁ κύων κυνὶ 14 O dístico é uma reconstrução de Diels, parafraseando Clemente. κάλλιστον εἶμεν φαίνεται καὶ βοῦς βοΐ, ὄνος δ' ὄνῳ κάλλιστον, ὗς δέ θην ὑί.” (DK 23 B 5) Nada espantoso que nós assim falemos e regozijemos de nós e nos orgulhemos naturalmente de nós mesmos; também para o cão nada mais belo que o cão, e assim o boi parece ao boi, para o asno o asno é lindo, para o porco o porco é mais. A eficácia do discurso cômico e mimético é notável, a comparação é muito mais eloquente do que qualquer demonstração, e não é preciso nenhuma inteligência sutil para entender o recado. Não há melhor retórica para se falar às praças; e é por isso que um discurso de Lula recheado de metáforas futebolísticas diz efetivamente mais ao coração e à inteligência do que um pronunciamento técnico de Dilma. Não é porque o vocabulário simples seja mais próximo das ruas, não se trata de uma característica de ordem semântica. Nem tampouco é porque as imagens sejam de mais fácil reconhecimento do que os conceitos técnicos, por mais que estes últimos tenham usualmente muito poder de ocultar as coisas. Acredito que a principal explicação está no fato de que o esquema cognitivo da mímese e da metáfora é capaz de transportar o pensamento para outra perspectiva, e de transportar uma ocorrência comum para uma situação incomum ou paradoxal e assim também é capaz de abrir um conhecimento novo e mesmo inesperado.  <br> 
Que essa retórica sapiencial é perfeita para dirigir-se à praça, parece evidente, mas a hipótese que quero levantar vai além, pois acredito que esse modelo retórico baseado na mímese e na comparação também tem origem nas praças, em uma certa sabedoria das hordas populares que invadem as ruas, e que talvez tenham uma inteligência própria não negligenciável. Esta inteligência e sua expressão são características de fenômenos de caráter dionisíaco, como a Komé, a procissão que celebra o deus, os corsos, os blocos de rua, os desfiles de carnaval. Gostaria de reler o fragmento 15 de Xenófanes tendo em vista estes fenômenos e reparar em certas semelhanças nos seus modos de expressão. Estas semelhanças poderiam sinalizar uma relação real entre a sabedoria do filósofo, sua crítica aos homens e seus costumes religiosos, e uma sabedoria presente em outros modos de relacionamento entre deuses e homens. No fragmento de Xenófanes os animais são representações caricaturais dos homens. Bois, cavalos e leões são os artistas que representam os deuses como bois, cavalos e leões. Assim como os homens representam os deuses em figuras e gestas antropomórficas. Essa crítica aos artistas e poetas que instauram as narrativas e imagens cultuadas nos ritos tradicionais vai ocupar os primeiros filósofos até Platão, que os vai expulsar da cidade justa. É uma evidente crítica a poesia mimética. Todavia, e isso é particularmente genial, a crítica ao mimetismo dos homens é feita com uma reflexão igualmente mimética, como já reparamos. Significa que o poeta Xenófanes não sai do esquema mimético para criticá-lo, mas ao contrário, aprofunda-o deliberadamente. É o absurdo mimetismo dos animais que evidencia esta ignorância e vaidade humana que insiste em representar os deuses com formas humanas. É o uso evidente da máscara que mostra que a máscara é máscara e não o próprio real. 
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A evidência da máscara desmascara as falsas representações dos deuses. É como se no fragmento de Xenófanes, vissemos desfilar não os próprios animais, mas um bloco de homens fantasiados de bois, cavalos e leões, que se fazem passar por deuses. É o carnaval de Xenófanes que ri dos homens e dos seus autoenganos. Mas o carnaval, a festa da máscara, da mímese e da representação é, como sabemos, um outro rito que celebra também um outro deus. Não um deus avesso às imagens e representações como o deus do Êxodo, mas o deus de todas as imagens, das imagens como imagens, o deus das máscaras que é Dioniso. Dioniso, o deus da contínua transmutação, que não se assenta em uma única figura, uma única imagem, um substrato único, mas perpassa várias formas divinas e humanas, animais e vegetais, que nascem, morrem e renascem. O deus dos ciclos de destruição e renovação cuja expressão sapiencial acompanha, na forma retórica relacional da comparação e da imitação, a variação das faces sazonais dos seres vivos e da natureza, assim como a festa em que a multidão desfila pelas ruas com suas máscaras desmascarando ilusões no carnaval. Mas por que a komé, o corso popular dionisíaco estaria vestindo propriamente essas fantasias do poema satírico de Xenófanes : máscaras de bois, cavalos e leões? A escolha desses animais sempre me intrigou. A experiência com o carnaval e as suas máscaras inspirou-me uma hipótese, que gostaria de compartir 
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Que máscaras fazem sucesso no carnaval? Quais são as máscaras mais vendidas nas ruas? As máscaras das celebridades, dos famosos, dos homens de destaque, cuja imagem é caricaturada na inversão social e política das festividades dionisíacas. O povo veste as máscaras de Barack Obama, de Osama Bin Laden, de Joaquim Barbosa, de José Dirceu. E aproveita para satirizar, e criticar pela ridicularização, os atos que tiveram grande repercussão política e social. Não apenas os atos recrimináveis, mesmo se foram atos vantajosos à cidade e ao mundo, há sempre um carater altivo e vaidoso nas grandes personalidades que o corso popular inverte e ridiculariza. Então por que as máscaras de bois, cavalos e Acredito que os animais escolhidos não aparecem à toa, mas representam cada um as classes poderosas das poleis : são animais associados à aristocracia, homens poderosos que possuem terras e criam gado, guerreiros que andam a cavalo na paz e na guerra, tiranos vorazes como leões. Estes, ainda mais do que os outros homens, são vaidosos e comparam-se aos deuses, dos quais se dizem próximos, parentes, descendentes. Nesta perspectiva, a crítica a Homero não teria apenas o caráter da incompreensão teológica do antropomorfismo, mas seria também uma crítica à arrogância dos valores aristocráticos transmitidos nestes seus poemas épicos que celebram os grandes herois dos ciclos guerreiros. Por este caminho, faz muito sentido que os deuses agrários e ctonicos, os deuses dos mistérios eleusinos e do cortejo dionisíaco venham nas festividades de renovação, nas leneias ou no carnaval, destronar os herois aristocratas celebrados na poesia épica. A comédia e a tragédia são os testemunhos escritos dessa reversão da aristocracia, ridicularizada numa e amaldiçoada noutra. Nos festivais do carnaval, a poesia épica é escurraçada a bastonadas e ganham as ruas as hordas populares embriagadas e delirantes, travestidas com a eloquência de suas máscaras satíricas.

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