MORA NA FILOSOFIA - O Professor Fernando Santoro pede que seus alunos participem do SARAU DE FILOSOFIA, que vai acontecer na próxima quinta-feira, dia 25 de junho, a partir das 16 horas, nas dependências do IFCS. Na ocasião serão apresentadas leituras de textos filosóficos, apresentações de músicas e récitas de poemas. É importante que haja tanto a presença como espectador, como a participação artística dos alunos do Professor Santoro, assim como a presença de alunos de outras turmas. Portanto, é preciso que todos divulguem o SARAU. Maiores informações com o aluno Gabriel Neves, um dos organizadores, através do email filosarau@gmail.com.
sábado, 20 de junho de 2015
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Metafísica e Arte
MORA NA FILOSOFIA - Um dos mais talentosos alunos da turma do Professor Fernando Santoro, do IFCS, é Vanderson Leite. Para ser um filósofo, ou qualquer outra atividade profissional, é preciso ter, não apenas talento, mas, principalmente, vocação. E Vanderson tem vocação para filósofo. Ele escreve e pensa como filósofo. Quem quiser conferir o texto requinatdo de Vanderson Leite basta acessar o seu blog Estudos Filosóficos Modernos Contemporâneo.
<br>
Vanderson já começou a fazer o trabalho recomendado pelo Professor Santoro. Trabalho esse cujo primeiro capítulos nós publicamos a seguir. Leia e curta.
METAFÍSICA E ARTE - Segundo o capítulo primeiro da Metafísica de Aristóteles o ser humano também
vive de arte. Outros animais são incapazes de produzir a arte pelas mesmas faculdades
humanas. Assim Aristóteles discrimina o conhecimento racional em três graus.
A arte envolve raciocínios que por excelência são consubstanciados pela
memória, pois é através dela que deriva dos homens a experiência (1), as recordações e o
efeito que o complexo emaranhado de noções se fará. A causa para isso se dá na
afirmação de que os animais irracionais não podem desenvolver uma arte como os
homens a fazem, porque os animais não possuem a faculdade de conservação da
experiência e nem podem cultivar imagens. E a arte julga-se como sendo o único caso
de juízo universal segundo Aristóteles. Este juízo é relacionado aos casos de experiência
humana capazes de proporcionar um efeito por meio de acontecimentos vividos.
A metafísica (2) é o conhecimento da Φισις (natureza). Ela está preocupada com a
Oυσια (substância) e a Ἀρχή (origem). Até que ponto a metafísica interfere na arte?
Segundo Aristóteles a fonte de inspiração para o artista que utiliza a experiência para
produzir arte está na Φισις. Portanto, a experiência do artista é limitada de certo modo
pelo princípio metafísico que leva a validade de todos os outros princípios que possam
surgir: o belo, o prazer, etc.
<br>
Entretanto a experiência não difere da arte, pois a experiência é o conhecimento
dos singulares e a arte é o conhecimento dos universais; de outra forma é possível
compreender que a experiência está relacionada à arte porque em ambas o modus
operandi são singulares, ou seja, uma depende da outra. O médico cura o paciente por
meio da experiência. O pintor e o escultor têm como objetivo aplicarem em suas obras a
experiência transata por imagens. Além disso, não se pode ignorar o universal
ignorando o particular nele contido. Ambos são indissociáveis.
<br>
Portanto, a arte possui um caráter universal. A arte é superior à medicina. Ela é
inerente ao homem, já que este possui a faculdade de pensar, mas o homem também
possui a capacidade de julgar e conhecer. Isto pode ser demonstrado pelos sentidos (os
sentidos ajudam o homem a conhecer); pela ciência (o desejo de saber é natural ao
homem); pela memória (o homem tem a capacidade de reter imagens) e pela
experiência (aparece com a com a arte e com a ciência como conhecimento particular
das causas).
<br>
1 MORA, José Ferrater. p.101. Em Aristóteles, a experiência fica mais bem integrada dentro da
estrutura do conhecimento. Para ele, a experiência surge da multiplicidade numérica de
recordações; a persistência das próprias impressões é o tecido da experiência à base do qual
se forma a noção, isto é, o universal. A experiência é, pois, a apreensão do singular; sem esta
apreensão prévia, não haveria possibilidade de ciência. Além disso, só a experiência pode
proporcionar os princípios pertencentes a cada ciência; devem observar-se, primeiro, os
fenómenos e ver o que são para proceder, depois, a demonstrações. Mas a ciência
propriamente dita só o é do universal, o particular constitui o material e os exemplos. Tal como
Platão, Aristóteles destaca a importância da experiência na prática.
<br>
2 ABBAGNANO, A. p.660. A Metafísica também é a Ciência primeira, por ter como objeto o
objeto de todas as outras ciências, e como princípio um princípio que limita a validade de todos
os outros.
<br>
Assinar:
Postagens (Atom)