ARISTÓTELES E O MOVIMENTO - Começa nessa segunda-feira, 03 de setembro de 2017, e vai até a quarta-feira, 6 de setembro, o VII Simpósio Ousia de Estudos Clássicos, o já tradicional simpósio anual promovido pelo Laboratório Ousia, do Instituto de Filosofia da UFRJ. Veja a seguir alguns dos destaques do Simpósio.
PROGRAMA E RESUMOS
Simpósio OUSIA 2017 :
ARISTÓTELES E O MOVIMENTO
RESUMOS:
SEGUNDA-FEIRA 04/09
Mesa 1 – 15h30 – 17h30
ABERTURA
Rafael Mello Barbosa (CEFET-RJ)
Como pode o movimento ser um ato?
Ao que parece é desde os Pitagóricos que a filosofia grega erigiu e manteve a
tábua de contrários onde de uma lado está o ser e do outro o não-ser, e o mesmo
se dá com a direita e esquerda, com o limite e o ilimitado, com o macho e a
fêmea, com a luz e a escuridão, com o bom e o mau e, também, com o repouso e o
movimento.
Ainda que muitos dos filósofos gregos julgassem valida tais divisões, Aristóteles,
em sua Física, subverte o lugar do movimento, considerando-o como algo que
não deve estar do lado do não-ser. Aristóteles não só considera o movimento
como algo que deva ser dito em ato, mas igualmente a noção, em conjunto com a
'mudança', que esclarece a noção de natureza.
Natureza é uma das noções capitais da ontologia aristotélica. É uma noção
fundamental para compreender a noção de princípio e no que tange de vir-a-ser
é paradigmática, uma vez que os demais tipos de vir-a-ser ou se realizam sob o
auspício da natureza ou contrário a ela. Se não é possível pensar a ontologia
aristotélica sem a noção de natureza, também não é possível pensá-la sem a
noção de movimento.
Todavia origem da interpretação desta noção na obra aristotélica carrega
consigo o apreço pela tábua de contrários pitagórica. Simplício, que é para nós o
primeiro comentador da Física de Aristóteles, pela força das suas convicções
julga que deve recolocar a definição de movimento apresentada por Aristóteles,
apresentando-o agora não como ato, mas como algo dito da potência. Assim
aquilo que fora apresentado inicialmente como “ato do ente em potência
enquanto tal” é vertido por este comentador em “passagem da potência ao ato”.
O agravante é que a história de aceitação desta versão por grande parte dos
comentadores posteriores a torna não uma versão, mas algo que equivale a
definição propriamente, ou ao menos a explicitação dela.
Nesta apresentação, procurarei mostrar alguns dos equívocos desta versão e
como é possível pensar positivamente o movimento como algo ligado ao ao
princípio, ao ser e ao ato.
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Francisco de Moraes (UFRRJ)
Alma e movimento no De anima de Aristóteles
No De anima, Aristóteles combate expressamente a noção de que a alma faz
mover o corpo por estar ela própria em movimento. A crítica de Aristóteles se
dirige a todos que consideram que a alma se move por natureza e não
acidentalmente, pois, para ele, “não é necessário que aquele que faz mover
também esteja ele próprio em movimento.” (406 a 3) Para refutá-los, Aristóteles
busca extrair consequências absurdas de seus argumentos, baseando-se na
evidência de que existem apenas os movimentos de locomoção, alteração,
crescimento e decaimento. (406 a 13) Quero analisar em minha fala o papel que
essa crítica desempenha na ‘definição’ aristotélica da alma como “atualidade
primeira de um corpo natural que tem em potência vida” (418 a 27) Com isso,
pretendo mostrar que se a alma não se deixa conceber como estando ela mesma
em movimento, tampouco ela se deixaria conceber sem este último. Em questão
está, portanto, a relação entre corpo e alma à medida que a alma não admite ser
compreendida como existindo a parte e separadamente do corpo.
Mesa 2 – 18h00 – 20h00
Carla Francalanci
Sobre a relação entre movimento, desejo e linguagem – Aristóteles e Freud
Este trabalho visa comparar a concepção aristotélica apresentada em De Anima
III (Capítulos 9 a 11) com a que é exposta por Freud, no texto “A negação”
(“Verneinung”), aqui tomada como uma reelaboração da teoria aristotélica,
acerca da relação entre movimento, desejo e juízos.
Thomas Bénatouil
Types de mouvements et âmes chez Aristote. À propos de l'unité du vivant
Les rapports entre les types d'âme et les formes de mouvement, en particulier la
frontière entre plantes et animaux chez Aristote, pour laquelle le mouvement
local est un critère et qui permet aussi de poser la question du rapport entre
mouvement et vie.
TERÇA-FEIRA 05/09
COMUNICAÇÕES 1 – 10h00 – 11h30
Thiago Costa Ponte
O infinito em Aristóteles
O tema do infinito é, desde o surgimento da filosofia pré-socrática, um tema
essencial e muito influente na história da filosofia, e a visão aristotélica do
infinito influenciou muito o período medieval e a modernidade, tanto para os que
concordavam com a visão aristotélica quanto para os que discordavam. O
objetivo deste trabalho é abordar sinteticamente a natureza do infinito em
Aristóteles, suas variações e suas manifestações, passando por alguns pontos de
discussão mais relevantes. Porque o infinito deve existir, porque ele é acidente, e
não substância, os diferentes tipos de infinito, o infinito no espaço e o infinito no
tempo. Isso é feito através de uma análise da Física, em especial do livro 3, onde
Aristóteles trabalha o movimento e o infinito, relacionando-o com a Metafísica.
Mariane Farias de Oliveira
A noção de φύσις no argumento contra a espontaneidade do movimento
circular em De Caelo II.5
Em De Caelo II.5, Aristóteles afirma que, para assegurar a natureza eterna do
movimento circular, não podemos dizer que a direção do movimento dos
planetas pode se dar por sorte um espontaneidade. O que assegura que a direção
do movimento dos planetas não se dê por sorte ou espontaneidade, neste
argumento, é garantido pela suposição de que a φύσις (288b1) sempre
determina o melhor curso possível. Tendo em mente a concepção de natureza
apresentada no livro Lambda da Metafísica, é difícil compreender como o
argumento em De Caelo não recai em circularidade, pois, sendo a natureza "em
sentido estrito a substância das coisas nelas mesmas, bem como a fonte do
movimento" (1015a13) e, tomando o sentido mais apropriado de substância
neste caso, apresentado em 1017b10 de que "chamamos de substância os corpos
simples, i.e., terra e fogo e água e tudo o que for dessa sorte, e em geral corpos e
coisas compostas por eles, tanto animais quando seres divinos, e as partes
destes", parece então que a concepção de φύσις que assegura a direção do
movimento circular dos planetas retorna à concepção do que se quer explicar.
Nosso objetivo é apresentar os problemas lógico-metodológicos em que recai o
argumento contra a espontaneidade do movimento no De Caelo e uma
alternativa de leitura, desvinculando a leitura deste argumento da Metafísica e
vinculando-a às concepções de substância das Categorias.
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Gabriel Moraes Dias de Souza
A DIMENSÃO DO MOVIMENTO NO CONCEITO DE "PHANTASÍA" EM "DE
ANIMA" III.3
O trabalho em questão pretende abordar o conceito de φαντασία (phantasía =
imaginação/representação) como um tipo de κίνησις (kínesis = movimento),
tendo para isso o capítulo três do terceiro livro do tratado aristotélico "De
Anima" como recurso incentivador. Especificamente dessa particularidade
conceitual talvez possam vir à tona indícios capazes de oferecer maior
compreensão acerca dos vínculos entre sensibilidade e pensamento humanos.
Sob essa perspectiva, desde o início se tornam fundamentais algumas
considerações voltadas aos valores semânticos que circundam o termo
"phantasía", sendo, por isso mesmo, um adequado ponto de partida para estudos
mais apurados relativos ao conhecimento. Em meio a essa conjuntura, portanto,
a motivação real passa a ser o seguinte fragmento do Tratado: "a imaginação
parece ser um certo movimento e não ocorrer sem percepção sensível – mas
apenas naqueles que têm percepção sensível e a respeito daquilo de que há
percepção sensível (...)" (DA III.3, 428b11 ss.). Por certo, à medida que esses
assuntos são visitados e revisitados, torna-se mais aceitável o nível da existência
do ser animado que, mediante a configuração representativa da "phantasía", tem
a movimentação de sua própria vida orgânica e de apetites orientada por ela. É
por essa via exploratória, então, que os assuntos mencionados serão vistos.
Mesa 3 – 12h00 – 13h30
Susana de Castro (PPGF/UFRJ)
O movimento do prazer na imaginação
Aristóteles inicia o capítulo 11 do livro I da Retórica afirmando que o prazer
(hêdonê) é uma forma de movimento (kinêsis) da alma [1369b 1]. Desejamos
aquilo que nos falta, já afirmava Sócrates. A falta, a ausência, provoca o desejo
pelo ausente: quem sente sede, deseja água, e esse desejo a faz ir à busca de um
copo de água, mas, por outro lado, a imaginação (phantasia) de um copo de água
já é em si, diz, Aristóteles uma forma de percepção que provoca prazer. Interessa
aqui falar, porém, de um movimento que não leva à ação concreta, mas à ação
imaginativa, o movimento do desejo. O desejo provocado por Eros como os
desejos provocados por necessidades fisiológicas, mexe com o movimento
imaginativo da alma em torno do binômio ‘falta – preenchimento’, mas ao
contrário do segundo, o desejo erótico não quer no fundo se preenchido,
concretizado. Por um lado, o desejo erótico está calcado na idealização da
imaginação – e como entre o ideal e o real há um fosso, a conquista do objeto
amoroso pode significar o fim do desejo – na realidade a pessoa que se deseja
não existe. O real jamais chega aos pés do ideal, por isso para não eliminar a
tensão erótica do desejo, ao contrário da sede, não é possível preencher essa
falta, essa ausência do ser amado. A imaginação do amante o leva a desejar o ser
amado, mas o prazer conduz à idealização, à cristalização do ser amado distante
em uma figura perfeita. Quanto mais perto, presente ele/ela estiver mais a
idealização perde sua força e a falta desejante se esvai. Por isso, Sapho chamava
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o desejo erótico de ‘doceamargo’ (glukupikron): ele se sustenta na ausência
(Carson, 1986). Por outro lado, a dinâmica do desejo implica a falta, pois não se
deseja o que se já tem, de modo que o desejo instaura uma situação paradoxal,
sua razão de ser implica um não ser.
Prof. Marcus Reis Pinheiro (UFF)
A influência do Éter sobre os 4 elementos em Aristóteles.
Esta apresentação faz parte de uma pesquisa maior sobre as influências de
Ptolomeu em sua obra de astrologia, o Tetrabiblos. A partir de um estudo sobre
as cosmologias de Platão, Aristóteles e dos estoicos, se perguntou quais seriam
os argumentos para se afirmar tão claramente na antiguidade tardia que os
astros influenciam a vida na terra. Podem-se encontrar em Aristóteles três
formulações básicas sobre como haveria uma influência do éter sobre os 4
elementos, isto é, uma influência do corpo que compõe os céus (éter), sobre os
corpos que compõem a Terra e seu entorno (4 elementos). (1) Em Meteorologica
I, 2, ele afirma que o éter seria algum tipo de causa formal para os restantes dos
elementos, que ocupariam o lugar de causa material. (2) Já no De Caelo II,7,
Aristóteles retoma a existência de dois tipos de vapores desenvolvida em
Meteorologica e afirma que um desses vapores, a exalação (anathymiasis),
aquela mais próxima do éter, se tornaria incandescente por causa do atrito entre
ela e o éter. Por fim, (3) em Geração e Corrupção II, 10, Aristóteles diz que a
causa da geração e da corrupção é a translação ao longo da eclíptica. Essas três
formulações serão apresentadas e discutidas em nossa apresentação.
Mesa 4 – 15h30 – 17h30
Ana Flaksman
Sobre o infinito e o movimento na Física de Aristóteles
Resumo: Nesta fala, experimentarei discutir alguns pontos do tratado do infinito
(Física III, caps. 4 a 8) à luz tanto da definição de movimento realizada logo
antes, quanto de menções e reflexões sobre o movimento e o infinito feitas nos
dois primeiros livros da Física.
Luís Felipe Bellintani Ribeiro
Sobre a tradução de enérgeia e entelékheia em Física III, 1-3"
Em se tratando da questão do movimento em Aristóteles, o par conceitual
potência e ato não é apenas importante, ele praticamente esgota a própria noção
de movimento, que, nos três primeiros capítulos do livro III da Física, passagem
que se pode apelidar de "Tratado do Movimento", é definido como "o ato do ente
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em potência [enquanto tal]". Nessa definição a palavra grega traduzida por "ato"
é entelékheia, mas ao longo das 161 linhas do "Tratado do Movimento"
Aristóteles emprega 19 vezes o termo entelékheia e 20 vezes o termo enérgeia,
sem fazer, como alhures, uma distinção clara, levando alguns tradutores à
resignação diante de uma quase sinonímia e à tradução quase automática de
ambos os termos por "ato". Como traduzi-los afinal?
Mesa 5 – 18h00 – 20h00
Isabelle Koch (Aix-Marseille)
« Alexandre dʼAphrodise et la kinesis anaitios »
Alexandre dʼAphrodise a défendu une conception aristotélicienne de la
responsabilité, en particulier dans son traité Sur le destin, où il se propose de
présenter « la doctrine d'Aristote sur le destin et sur ce qui dépend de nous » (De
fato, 1), ainsi que dans des textes de la Mantissa ou dans certaines Quaestiones.
Cette défense lʼa conduit à reprendre des arguments anti-déterministes
traditionnels (par exemple lʼargument par les conséquences juridico-morales ou
sociales) et à en proposer de nouveaux.
Parmi ses arguments plutôt originaux et audacieux, on peut compter celui qui
consiste à admettre lʼexistence dʼun « mouvement sans cause », kinesis anaitios.
Il est développé notamment en Mantissa XXII, dans un texte dont lʼauthenticité
est fortement discutée. Je chercherai à montrer que ce texte, même sʼil ne peut
être attribué avec certitude à Alexandre, fait écho à des arguments
authentiquement alexandriniens développés dans le traité Sur le destin.
Alexander of Aphrodisias has defended an aristotelian conception of
responsability, particularly in his treatise On Fate, which presents "Aristotle's
doctrine about fate and what depends on us" (De fato, 1), and in some texts of
Mantissa or Quaestiones. This defence led him to reiterate traditional anti-
determinist arguments (for example the argument by legal, moral and social
consequences) as well as to propose new ones.
Among his rather creative and bold arguments, we can include one that admits
the existence of a movement without cause, kinesis anaitios. This point is
developed in Mantissa XXII, through a passage whose authenticity is highly
discussed. I will attempt to show that, even if this text cannot be attributed to
Alexander with certainty, it echoes some genuine alexandrian arguments,
developed in the treatise On Fate.
Lucas Angioni (Unicamp)
Premissas geométricas na explicação do movimento animal: 'metabasis' no
Incessu Animalium?
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QUARTA-FEIRA 06/09
COMUNICAÇÕES 14h00 – 16h30
Campo Elías Flórez Pabón
Hobbes e Aristóteles, o movimento como caminho para a ciência moderna
O filósofo de Malmesbury considerara que a filosofia Aristotélica ensinada nas
universidades deve ser demolida como o conhecimento da tradição. No entanto,
Hobbes tem claro que a filosofia não pode construir-se em argumentos tirados
da autoridade, porque o conhecimento deixa de ser conhecimento e passa a
convertesse em crença. Além do presente desafio de Hobbes frente à tradição,
tem que reconhecesse que ele chega a essas conclusões por meio da influência
das percepções cosmológicas da época, as quais são permeadas por sua visão de
política, e permitem o desenvolvimento do aparato analógico hobbesiano que
define padrões conceptuais, e modelos para enfrentar os fenômenos naturais, os
quais em seu pensamento foram os prismas para produzir um cambio de
paradigma. Assim, surge a pergunta de quais são os referentes dinâmicos
engajados no pensamento hobbesiano para que pretenda derrubar o estatuto de
Laud no século XVII para produzir uma revolução. E sem dúvida, de novo
aparece a relação entre Hobbes e Aristóteles em esse âmbito de proto-ciência. A
qual se converterá na tese do presente escrito, a saber: a transformação
sistemática da cosmologia aristotélica por parte de Hobbes como seu alicerce
para derrubar o estatuto audiano, através da cosmologia aristotélica remodelada
radicalmente em sua sustância, para dar cabida a os descobrimentos dos
contemporâneos como Galileu, e fundar na idéia de movimento todo seu
pensamento.
Bruno Conte
A Doxa de Parmênides e seus princípios
Os séculos XVIII e XIX são marcados pelos esforços modernos de reconstrução do
poema de Parmênides, que se consolidam na apresentação da edição Diels-
Kranz, tornada referência para o estudo dos assim chamados Pré-Socráticos. Tal
apresentação do poema, no entanto, partiu de pressupostos filológicos que, ainda
hoje, carecem de uma adequada revisão, e mais precisamente no que diz respeito
ao princípio dicotômico segundo o qual se procedeu à edição das citações ao
Poema (os “fragmentos”), dividindo-o em Verdade (Alêtheia) e Opinião (Doxa).
Como procuramos demonstrar, as notícias doxográficas que acompanham tais
citações, através da indicação pela expressão ta pros doxan, presente nesses
relatos, parecem muito mais apontar, como nos parece, em direção a uma versão
“deflacionista” da Doxa — restringindo-a aos versos B8,53-61 e B9,1-4 —, em
distinção à seção cosmogônica propriamente dita, a que ela é usualmente
assimilada. Partindo dessa hipótese, gostaríamos de focalizar a interpretação
desses versos por nossas fontes doxográficas. Em particular, trata-se de
apresentar o núcleo dessa interpretação, que consiste em definir a seção do
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poema pelo que se leu como a enunciação de um dualismo de princípios. Na
presente comunicação, gostaríamos de analisar a formação dessa tradição a
partir de Aristóteles, em particular explicitando como o entendimento do
contexto de sua crítica ao eleatismo na Física permite esclarecer e dissipar
alguns aparentes paradoxos interpretativos.
Matheus Oliveira Damião
Dimensões e direções: uma leitura teleológica dos sentidos de διαστάσεις
em Aristóteles
O presente trabalho tem por objetivo sugerir uma leitura que reafirma as
aproximações, propostas por Lennox (2009), entre os dois tipos de sentido do
conceito de διαστάσεις, encontrados, respectivamente, em De Caelo I 1 e em De
Incessu animalium. Enquanto a relação em Lennox (2009) é feita a partir
sobretudo de De Caelo II 2, a aproximação aqui será feita a partir de uma
perspectiva teleológica das definições de διαστάσεις, que, ao indicarem uma
leitura não-estática da estrutura dos seres vivos, parecem unir os dois sentidos.
Francisco Caruso & Roberto Moreira Xavier de Araújo
Espaço em Aristóteles: da bidimensionalidade do topos às seis dimensões
que definem os animais
ENCERRAMENTO – 17h00
Pierre-Marie Morel
Mouvement et génération chez Aristote. À propos de l’unité du corpus
biologique.
At first sight, Generation of animals and Movement of animals meet only on
particular points, and their convergence seems to be accidental. However,
further investigations show that GA and MA are deeply connected. Three points
deserve a particular attention. (1) The last lines of MA announce GA’s project as
the following part of a common scientific agenda. (2) Both treatises have
recourse to the mechanical model of automatic puppets, in order to explain the
dynamic processes they deal with (in MA: the spontaneous modification of parts
which explains local motion; in GA: the persisting power of the generative mover
during the process of generation). (3) In both treatises, the agent-patient relation
plays a fundamental role and it is set out in very similar terms. In conclusion,
without formulating any hypothesis about the chronological order of the
treatises, one may assume that MA (at least partly) and GA belong to the same
agenda: the explanation of the inner or organic movements of the animal, and
especially the analysis of the relation between mover and moved.